quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Opressão e Hipocrisia

Os protestos do Marrocos foram brandos, especialmente se comparado ao que está acontecendo no resto do mundo Arabe. O mundo realmente esta em chamas, volatil! Eu estou resfriada, e meio febril, mas nao desligo a Al Jazeera em Ingles. Que verdadeiro absurdo o que esta acontecendo na Libia enquanto a ONU, a NATO, e todas as outras ligas ficam "drafting resoluções". Quando eu comecei a ouvir a Al Jazeera ouvi um soldado explicando de Bengazhi, segunda cidade da Libia, que 130 soldados de Benghazi tinham sido mortos pelos soldados de Tripoli por se recusarem a atirar na população . I sso aconteceu se bem me lembro sabado ou domingo.

Meu amigo Shmri, refusenik ( israelense que se recusa a ir ao exercito, e no caso dele passou dois anos preso com ato de resistencia civil, escrevendo da prisao para uma revista) me mandou uma mensagem me perguntando se eu tava ouvindo o que estava acontecendo na Libia. Ele que trabalha no Global Governance da LSE me explicou que o Saif, filho do Gaddafi, tinha tbm estudado na LSE e que o David Held ( supervisor do Saif e do Smhri) dizia que ele seria a nova face da Libia.

Durou bem pouco a ilusão, só até nos ouvirmos pela Al Jazeera o discurso do Saif falando de guerra civil, de governo islamico ou ditadura, de rios de sangue, de lutar até a última bala. Como assim? Todo mundo que eu conheco que conheceu o Saif dizia que ele era um moderado. Continuamos pelos dias seguintes ouvindo a Al Jazeera, vendo as imagens que algumas pessoas conseguiam mandar. O caos na praça verde, Benghazi ser tomada pelo protestantes, noticias de helicopteros atirando na populacao, noticias das milicias que o Gaddafi contratou. E ontem durante o dia eu ouvi uma hora e meia de um discurso insano de um lider completamente fora da realidade. A unidade de um pais mais importante do que as pessoas. Usou a china, usou a russia e mais muitos outros exemplos de dar calafrios.

Hoje assisti numa outra cidade a populacao rasgar o livro verde da libia ( uma tipo constituicao de onde ontem gaddafi leu umas ameaças brutais). Entre essas noticias aperecia tbm o Yemem, a Argelia, Bahrain, e o terremoto na Nova Zelandia. Uma ONU ridicula explicava que era feriado nos eua, e depois marcava um encontro para a tarde de terça. Claro ninguem quer se compremeter. Como é que a China ou a Russia vao apoiar protestos. Cada segundo que se passa no entanto nos assistimos de camarote mais alguem sendo morto na LIbia.

Da ONU saiu um press release bem bunda. "Condenamos a violencia" ou uma coisa ridicula qq como essa. Ouvi uma pessoa dizendo da Libia. Isso nao é suficiente nos precisamos de ajuda! Não dá para nao pensar na hipocrisia da Europa preocupada com o oleo e os imigrantes. Nao da para eu nao lembrar de Bush venting sobre ir la para o Iraque exportar democracia. É a chance agora... As pessoas estao la implorando ajuda. Fechem o ceu pelo menos!

Enquanto tudo que eh gente do governo fala da uma guerra civil, das pessoas que eu ouco da Libia se fala de uniao. Uniao em remover um tirano. Sera que o ocidente vai ter que finalmente confrontar sua hipocrisia? Quando nao é mais possivel usar ladainha de democracia e liberdade ja que o povo esta na rua expressando sua liberdade e sendo massacrado por ditadores tanto tempo mantidos ou pelo menos aceitos pela comunidade internacional por decadas.?

E ao mesmo tempo é claro ameaças do Gaddafi de explodir as pipelines! Recebi uma mensagem no Couch Surfing ontem. Um marroquino pedia para ficar na minha casa. Expliquei que eu nao podia recebe-lo na data, mas perguntei como estavam as coisas por la. Nao disse muito. So expressei meu apoio. A resposta que recebi foi de arrepiar. Um menino. 23 anos que falou com uma clareza. Sabe de uma coisa eu vou colocar as palavras dele

"Oh jules, thank you for carring, I didnt stop listening to al jazeera the whole day, I have both of them now, arabic and english, And right now i am listening to a libyan student speaking from sweeden that the ANIMAL called Kedafi threaten them with bringing them back home and killing all their families if they speak, god, I cant keep on listening, he is crying, are the arab so cheap, no body moves? no one, italia is given its lands to the lybian airforce plan to fly from, No one have said a word; he wants to burn all libya before he leave it, he says I made libya I will destroy it, no body moves? of course thats what Bilderbeg club wants, whatever we call them, the G20, the capitalists, everyone who makes a money from firing a bullet, god Jules, i cant write right now, am really shaking right now, cant write cant focus, things in Morocco are fine, the king is a good person but the thieves around him should be hunged, they been for years on power, they get rich, they seal our blood and brain for nothing, can u imagining that I as a computer engineering can work with nothing but some euros a month for a european company, 'outsoucring', it doesnt even cover the cost of the education, things sucks, and sucked since forever for us, if you are online i do have a facebook i rather chat than write, no worries about the cant host thing, I wont come till march, mid march, thats for now, i dont know if things will stay the same, this is a new Era for us, a revolution one"

São pessoas como essas que estão fazendo a revolução. E elas não são muito diferentes de mim ou de voce. Não se deixem enganar que elas sejam. As pessoas são as mesmas. Exaustas de tanta opressao e hipocrisia!

domingo, fevereiro 20, 2011

Pensamentos no trem: De Jean Rouch ao Mundo Arabe

Mais uma vez estou em movimento. Mas nao estamos sempre em movimento? Em movimento na minha mente quer dizer cruzando alguma fronteira imaginada, e sabendo disso, esperando que isso de alguma forma mude algo. Essa cruzada nem se quer é muito cruzada. So vou até ali, até Paris, só por uns dias. De certa maneira tão mais perto que muito lugar na Inglaterra. E com o tanto de frances que se ouve nas ruas de Londres…. Nao chega nem sequer a realmente ser uma grande mudança :)

Depois de receber pessoas por quase um mes sem parar pelo Couch Surfing, paramos. Paramos depois da doce Severine, francesa, que vive num vilarejo de mil pessoas em Devon. Severine que morou na Eslovaquia, e Croacia, e que tao pouco se imagina vivendo em lugar nenhum.

Chorei de rir ouvindo as estorias da vida no country side britanico. Ela nos contou que participa quase de tudo que acontece, encontros, bingos e até do book club das senhoras da cidade. Contou que sempre se surpreende com os pensamentos dessas senhoras que ficam a maior parte do tempo em casa, e que moram num vilarejo de 1000 pessoas. Como ela colocou… “quando vc para para ouvir todo mundo é interessante :)”

Nem preciso dizer que meu encontro com Severine foi inspirador né? Encontrar pessoas assim que acham beleza nesses pequenos detalhes sempre me encanta. E só de pensar que eu que estava em meio a uma tempestade de Couch Surfing requests quase não a recebi....

A mensagem no Couch Surfing de Severine começava “ Fancy a tea talking about Jean Rouch”. Achei aquilo intrigante,Jean Rouch , é pouco conhecido , um cineasta do cinema verite de quem alias eu ja escrevi antes aqui. Jean Rouch tinha sido seu professor. Segundo ela, uma dessas pessoas que é melhor conhecer pelos filmes que ao vivo. Um pouco arrogante, e desiludido com a nova geração. "A grande geração ja passara". Nos perguntamos o que ele acharia dos Egipcios que não só demoveram o Mubarak do poder mas depois todo o governo.

Eu que assisti pelo Democracy Now, e Al Jazeera a noticia da queda do Mubarak …e vi as pessoas na praça fiquei tão emocionada. Não sei se vcs viram nos dias que se seguiram… Algumas centenas de pessoas ainda na praça Tahrir… e os militares vindo remove-los. Os egipcios sentaram no chão. Não atacaram ninguem. Sentaram. E ao ouvir a noticia milhares de pessoas sairam de suas casas e foram se juntar aos protestantes nas ruas. E assim o governo inteiro caiu!

Eu não sei o que acontecerá agora. Não sou especialista em questões egipcias. O que parece nao ter sido uma desvantagem em prever o futuro :) Sei que dependendo do jornal que se le NY times, Guardian, Al Jazeera, Haaretz ( e note que eu me mantive nos mais “de esquerda”) a perpectiva muda muito.

Enfim, esse post vai de lugar nenhum, a lugar algum. Vai como meus pensamentos pelo trem. Quanta coisa acontecendo nesse comeco de millenio.

Esse post começou na terca dia 15 quando eu estava no trem vindo a Paris. E agora eu volto a escrever nele da Gare du Nord. Ao rele-lo vi o tanto de coisa que eu ainda tenho para dizer. Coisas que aconteceram em Paris e que se ligam tanto a tudo que eu tinha escrito antes. Para que este post nao fique enorme so vou falar de uma das muitas coisas. Queria falar do meu jantar com meu querido professor Maurice Bloch, que tbm falou do Jean Rouch. Queria falar do Argelino que eu encontrei na rua. Mas eu so vou terminar falando da Leila.

Leila, minha querida amiga marroquina, com quem morei em NY e de quem tambem ja tanto falei estara na noite do dia 20 fazendo parte dos protestos no Marrocos. Esses protestos que se espalham. Toda essa volatilidade do mundo arabe agora. Na sua pagina do Facebook vi que eles marroquinos da classe alta nao sabiam muito bem do que se tratava o protesto, e nem tao pouco onde era. Todos pediam a ela, Leila, que tomasse cuidado.

Leila, minha querida Leila, explicava que eles que podiam fazer alguma coisa de diferente na sociedade marroquina tinham que ir. Tinham que ouvir, que assitir que protestar que pelo menos realmente entender o que estava acontecendo. Eu escrevi a ela que tomasse cuidado. E eu que as vezes vou la naqueles protestos das ruas europeias… naqueles protestos que ja nos causam furia ficar kettled… mas que no fundo sabemos que nao muda nada, e nada realmente nos acontece nao pude deixar de ficar emocionada em pensar na coragem dos egipcios, dos tunisiamos… no povo da libia sendo morto a queima roupa, nos 30 mil soldados na argelia, e na minha amiga que eh de mundo divido… da classe alta francesa marroquina… mas que nao deixa nunca de tentar entender o mundo mais a fundo, mais de perto.

Entao eu termino esse post mais uma vez sem ponto final. Apenas com meu pensamento nessas pessoas que tem a coragem de ir a rua. QUe estao exausta dos abusos. E cansa é claro ver as revolucoes serem roubadas do povo e o poder ser sempre restabelecido para continuar satisfazendo os interesses das elites do ocidente. Ainda assim eu termino pensando que o Jean Rouch estava errado…

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Galhos, Vacas e Antropologia

Eu que detesto despedidas acabei de arrumar um jeito de me meter ainda mais nelas.... couchsurfing. Hoje o Chi foi embora. Ontem a noite fizemos uma festa do Oriente Medio para sua despedida. Eu sei, eu sei... não faz sentido nenhum, mas fazer o que a idéia surgiu... e assim passamos, eu e alguns amigos do meu doutorado, dancando até hoje de manhã.

Chi partiu me deixando com algumas coisas na mão: um selo do Taiwan e uma nota do dinheiro da Mongolia... Pois é, bem que ele tinha explicado que os asiaticos prestavam muita atenção no comportamento dos outros. Ele lembrava do meu sonho de ir a Mongólia. E partiu dizendo que se fossemos arvores, e alguem quisesse me encontrar, que teria que ir seguindo os galhos, que vao se dividindo, e se dividindo, e se dividindo ate chegar em mim. "Voce ta la na ponta. Vocé muito especial. Pouca gente vai te entender de verdade. Bem pouca, vc vive voando por ai." Disse isso de maneira doce, mas eu senti uma enorme solidão. O que será que quer dizer eu estar la na ponta? Enquanto todo mundo ta no chão ?

Ele também me disse que o meu otimismo tinha pegado um pouco nele, isso me animou um pouco mais. Por fim me disse que eu podia sempre contar com ele. Quando eu fiz uma sacolinha de frutas e nozes para ele levar na viagem de onibus até Paris antes de partir para Madagascar ele riu e disse " Para Jules, eu ja te devo demais, desse jeito eu vou voltar na proxima vida como sua vaca."

Eu ri, e fui la levar a porta um viajante que ficou aqui em Londres 10 dias. 8 desses dias na minha casa. Fiquei imaginando que logo logo ele cruza para Madagascar, de onde eu sei tanta coisa, por ter como professores Maurice Bloch, e Rita Astuti. Ele planejando a viagem a Africa por estrada que nem sabemos se realmente funciona. Chegara no Sudão do Sul alguma hora. Um Taiwanes por la descobrindo os caminhos que se ligam na minha mente ao Michael Palin indo de polo a polo.

Fiquei pensando nas coisas tolas. Como de certa forma parte minha vai estar por aí andando pela Africa. Alguma parte que eu troquei sem nem se quer ter percebido. Um atomo, um pensamento, um amendoim esquecido no bolso. Ainda mais estranho foi pensar que eu que gosto tanto de viajar senti assim: que viajar ficando na casa dos outros assim.. deve ser dificil demais. Maravilhoso demais e dificil demais.

Eu aprendi tanto conversando com o Chi. Nada da historia da China, do conflito de Taiwan, nem das suas viagens. Ele falou de tudo isso é claro. Tudo isso podia ter sido lido num livro. Eu aprendi um pouco sobre como é outra maneira de pensar. E isso para mim uma hard core cognitivista é impressionante. Observa-lo na festa. Observar seus comentarios. Suas perguntas. Um Taiwanes muito diferente dos outros que eu ja conheci. E eu não to querendo aqui enfatizar nem similaridade cultural, nem diferença individual. Mas levando toda essa diferença meta-representacional a sério diz o que sobre a nossa cognição ? Meu deus.... será que eu to me convertendo para o lado dos antroplogos culturais e sociais ? Não, talvez seja so uma parte do Chi que ficou por aqui.. talvez seja uma parte dos antropologos tipicamente sociais com quem tenho passado tanto tempo ultimamente....

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Ano Novo Chines



Hoje começou o ano do coelho. Eu nunca tinha celebrado o ano novo chines, mas como a Iva minha housemate é malay-chinese por parte de mãe, e celebra todos os anos o ano novo chines com a mãe, ela propos que nos celebrassemos aqui. No dia, que ela propos eu nunca imaginei que a celebracao, a nossa celebracao fosse ser tão divertida. Concordamos que iriamos.

Logo em seguida recebemos um couch request ( um pedido para ficar em casa pelo couch surf ) do Chi. Chi um chines de Taiwan explicava na mensagem que estava viajando por um ano, e que viajaria mais dois. Na hora que eu li soube imediatamente que queria conhece-lo. Eu NUNCA conheci um viajante Chines antes. Já conheci turistas. Agora viajantes, desses que ficam anos por aí normalmente são Europeus, Australianos, Americanos...

Chi chegou. Reservado, e ao mesmo tempo muito falante para um Chines. Nos encantamos todos com ele. Ele que saiu de Taiwan, de la foi para Hong Kong cruzou a China por terra, depois a MOngolia, depois a Russia, entrou na EUropa pela estonia e foi descendo até a Grécia. De lá veio para Europa Ocidental e subiu até o Reino Unido. Daqui voa para Madagascar e pretende ir subindo a Africa até o Egito que até lá esperemos que as coisas estejam mais resolvidas. Depois fará o Oriente Médio, o sudeste Asiatico e entao voara para a America Central e descera para América do Sul. Ufa... só escrever isso já cansa :)

Claro que eu tenho um milão de coisas para dizer do Chi. Dos milhões de perguntas que eu fiz...As pessoas ele acha se dividem mais entre pessoas do campo e das cidades, do que realmente de paises.As pessoas do campo em qualquer lugar vem falar ocm ele. Sentam para comer, ainda que nao possam realmente conversar, ainda que não se compreendam... "we have a great meal". As pessoas do campo são parecidas em todos os lugares. A Europa ocidental ele achou um pouco desapontadora as pessoas são mais parecidas aqui que nos outros lugares onde esteve. Ele pensa com uma clareza. Fala de uma maneira tão delicada, ponderada que nos deixa todos encantados. Claro que eu o convidei para celebrar o ano Chines.

Depois enquanto estava contando sobre ele na minha aula de doutorado, resolvi apresenta-lo a Desiree. Desiree é alema e fará sua pesquisa em Taiwan e na China. Saindo da aula encontrei Anting. Anting é uma chinesa que estuda filosofia da ciencia na China e está de passagem nos visitando na LSE. Reservada fala bem pouco ingles, e como eu sei que ela quase nunca fala com ninguem eu a convidei tambem.

Nos encontramos em Leceister Square. E fomos juntos andando pela China Town. Encontramos um restaurante que nos coubesse. Entramos sentamos e pedimos comida para dividir. Chinese style. Na mesa uma Chinesa, um Taiwanes(?), um holandes, um australiano, uma alemã, uma brasileira, e uma chinese-malay/francesa. No final do jantar propus mais uma vez o ritual. Aquele onde cada um fala o que tem para falar.

Foi tão tocante. Iva nos agradeceu por ser sua familia aqui. Chi agradeceu pois nunca imaginou que teria uma celebracao. EU agradeci o encontro. todos falaram de viajar, da impermanencia de tudo. Quase todos nos naquela mesa nao sabemos muito bem onde estaremos daqui a 3 meses.

O que mais me tocou foi Anting. Ela me agradeceu. Explicou -me que nunca tinha passado um ano novo sem a familia e que o teria passado sozinha no quarto dela se não fosse o meu convite. Contou me que eu tinha sido a primeira pessoa a sorrir para ela, a primeira pessoa a abraça-la, a unica pessoa a convida-la para ir no bar da faculdade. Contou me que toda a familia dela sabe sobre mim. E eu fiquei emocionada. Muito emocionada. EU a convidei sabendo que ela era reservada. Sabendo que falar pouco ingles faz a vida dela dificil. NUnca imaginei que esses pequenos gestos pudessem significar tanto.

Esse ano novo chines me lembrou mais uma vez o poder das palavras e dos gestos. Nos nunca sabemos o que acontece com eles depois que os soltamos pelo ar. Eles tem que ser o nosso melhor, o nosso mais verdadeiro porque eles vão encontrando pessoas por aí. Eles vão transformando o mundo por aí. E as vezes a vida nos permite ver um pouquinho como eles transformam o mundo, e quando é para o melhor, quando é trazendo conforto e alegria a outra pessoa, é sem dúvida um grande presente.