quarta-feira, maio 02, 2007

Faz tempo, tempo que eu não escrevo, as vezes de fato é por falta de tempo , mas na maioria das vezes por falta dessas outras coisas que não faltam nunca... Os dias tem estado lindos, tenho ido muito ao parque, e há uma pequena revoluçãozinha acontecendo dentro de mim.. pequena, mais para uma evoluçãozinha, eu espero, pois revoluções são quase sempre desastrosas.

Marcelo esteve aqui uma dessas semanas e foi bom, muito bom reve-lo. Marcelo, meu professor, que acidentalmente me levou para antropologia... agora intencionalmente me encoraja a voltar a musica. E eu que há tempos já não transbordo mais em harmonia e melodia me vi tentando compor uma pequena canção (desnaturada´?) para a chegada dele.

Marcelo, antropólogo, filmaker, compositor, inspirador e amigo me mandou um livro de fotografias (fotos dele) dos meninos do Senegal, um projeto bonito intitulado ´BrasilSenegal, regards croisés´. Um presente de casamento com uma dedicatória que despertou isso dentro de mim, que me leva agora a esse pequeno tumulto. Falava sobre o publico e o privado, e celebrava o meu casamento no privado, pedindo a minha volta ao publico...na música. Eu li, me tocou, ali na minha segunda festa de casamento, na Holanda, diante da minha amiga Mounia, que veio do Marrocos passando por Paris e trazendo o livro, fiquei meio sem palavras... ela ainda cantarolou uma das minhas velhas canções... e eu fiquei sem palavras.

Semana passada, Marcelo esteve aqui, passamos um dia em Londres, conversando, me contou dos projetos de seus filmes, o do regards croisés´ e o do filme sobre o Levi-Strauss, e no meio desses projetos fascinantes me fez um convite... que eu escrevesse a trilha do seu próximo filme. Eu fiquei perplexa, meio sem saber o que dizer, meio sem saber como fazer, meio sem saber se sei fazer... perplexa, emocionada, e de certa forma legitimada.

E foi ai que o pequeno tumulto começou, comecei a tocar um pouco mais, encontrar outros músicos, e sentir vontade de compor... Para o meu afastamento da música eu sempre citava o Baleiro ´meu tesouro é uma viola que a felicidade oculta´... mas dia desses um amigo retrucou que o desaparecimento dela ( a viola) é em si motivo de tristeza...

Um comentário:

Anônimo disse...

fico tão feliz com a sua volta as origens..depois quando você ficar famosa eu mostro aquela fita da gente aqui em casa cantando com aquele chapéu de palha.

saudades.