And herein lies the tragedy of the age:not that men are poor,.. all men know something of poverty;not that men are wicked,.. who is good? Not that men are ignorant,..what is the thruth? Nay, but that men know so little of man. W.E.B du Bois (The souls of Black Folk)
terça-feira, outubro 07, 2008
Macaco- parte 1
Eu sempre gostei de macaco. Mais precisamente dos " Great Apes" Os gorilas, chimpanzes, os bonobos, orangutangos e ate dos gibons. Tive que ler muitos livros na minhas aulas de evolução sobre primatas, e é claro inevitåvelmente sobre a Jane Goodall, Diane Fossey, Franz de Wall, dentre outros que estudam e viveram entre os macacos. Ja assisti varios filmes, sobre os apes, sobre macacos, mandris ( sera que e esse o plural de mandril?), e quase sempre se aprende que nao se deve mostrar os dentes, ou olhar muito nos olhos deles. Eu sabia tudo, mas quando estive cara a cara com um, esqueci de tudo isso.
Pegamos um onibus, de New Delhi para Haridwar. Bom, pegar um onibus ja é em si uma grande saga, pois os motoristas de rikshaw sempre te enrolam. Convencem voce a ir num escritorio para turistas do governo, que obviamente nao é governamental, mudam o preço no caminho, não te levam onde voce quer ir, e ainda inventam um milhão de estórias. Depois de pegarmos 2 Rikshaws para chegar a um lugar do lado de onde estavamos, depois de visitarmos umas agencias, explicar que nao queriamos taxi, que queriamos a rodoviaria, conseguimos depois de horas chegar finalmente a ISBT (rodoviaria) . De fato, os onibus locais eram um lixo . E por isso todos os indianos que passavam por nos queriam nos levar a uma agencia "governamental". Nao precisa mais de uma visita a uma delas, para resolver nao seguir mais ninguem.
Eventualmente achamos uma pequena agencia, e entramos. O homem nos vendeu passagem para um onibus "deluxe" para ir a Haridwar, nos garantiu que seria facilimo chegar de la a noite a rishikesh, e nos disse que o onibus partia em meia hora. Compramos a passagem, e sentamos para esperar. A tal meia hora virou uma, e depois de sermos levados ao tal onibus ( que nao tinha nada de luxuoso), tivemos que esperar mais uma hora ate o onibus lotar.
Eu era a unica mulher no onibus e eu e o haiko os unicos nao-indianos. O onibus era imundo, o banco ou nao abaixava, ou nao subia :) O motor fazia um barulho ensurdecedor, e eu mesmo de tampao de ouvido nao conseguia acreditar na barulheira. Nas estradas como eu ja disse, todos buzinam o tempo todo, se ultrapassam, vao na contramao, aparece vaca, touro, cachorro e o que mais se puder imaginar. umas 8 horas de viagem para percorer uns 300 km. Eh tudo meio assim. Dentro do onibus cada um com seu celular tocando uma musica indiana diferente, e sem fones de ouvido. Eu morrendo de vontade de fazer xixi, e naturalmente o onibus nao parando.
Parou eventualmente, depois de umas 6 horas no Cheetal Deer Park, e fomos finalmente ao banheiro e comer. Pedi uns chapatis com manteiga, e haiko pediu nan. Nada de muito elaborado para nao passar mal ja no primeiro dia :) Sentamos-nos e enquanto comiamos, um macaco enorme apareceu. Eu vi ele chegando, andando devagar, e de repente subiu na minha mesa. Olhou bem no meu olho e bem devagar puxou o meu prato. EU fiquei enfeiticada, esqueci tudo que eu devia fazer e fiquei so olhando. Ele me olhou, acho que medindo a minha reacao, minha respiracao e coracao pareciam ter parado, ai ele pegou um chapati por vez, com sua maozinha pequena, e eu so olhei. Nunca tinha estado tao perto de um macaco. Ele estava quase me tocando. Depois que ele pegou todos, e me deixou com oque estava na minha mao, partiu. Ficamos ali, os dois perplexos, totalmente sem palavras. Tive um acesso de riso. E percebi que eles nao foram na mesa de nenhum indiano so na nossa. Na India ate os macacos reconhecem os gringos!
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