
Patrick Chamoiseau em seu livro "Chemin D'ecole" escreve sobre um menino que luta para manter sua individualidade e cultura em uma escola que faz tudo para destrui-la. O livro se refere aos seus proprios "school days" na Martinica colonizada.
Na primeira parte do livro "o pequeno menino negro" enlouquece a mae para que ela o deixe ir a escola. Tudo que eh valioso vem de la. Ele observa os irmaos mais velhos e o ritual que se origina da ida a escola.Na segunda parte do livro ele se arrepende.
O livro eh escrito liricamente num estilo magico realista. A escola mais do que nunca eh uma instituicao que desvaloriza a cultura local. O "creole" aos poucos perde seu valor como lingua e ganha um carater pejorativo. Tudo que eh imporatnate eh dito em frances, o resto eh relegado ao creole. Tudo que eh nativo e local passa a ser mal visto. Tudo que eh europeu e "civilizado" passa a ser o objetivo.
O livro eh duro e belo. Belo pela maneira poetica, visual e quase ingenua que eh escrito. Duro pela total destruicao da cultura caribenha e pela aceitacao do sistema. Mais duro ainda pela disseminacao da ideia de que ocidentalizacao do mundo eh o bem maior.
Faz pensar em Aime Cesaire e o seu "discurso sobre colonialismo" faz pensar em "Things Fall Apart" do Nigeriano Chinua Achebe. Faz pensar em Said e Fanon. Se jah nao eh violencia suficiente uma intervencao militar, a cultural e linguistica eh aniquiladora. Faz pensar no Oriente Medio, No Brasil... enfim no mundo em que vivemos

Patrick Chamoiseau nasceu em 1953 em Fort de France, Martinica, onde ele agora vive. Estudou direito em Paris e eh tambem autor de um livro historico sobre as Antilhas e tambem " In Praise of Creoleness" e " To Write in a Dominated Country". Seus romances sao "Chronique des sept miseres" , "Solibo le magnifique" e "Texaco". Ele tambem publicou um volume de memorias folcloricas caribenhas e memorias da sua infancia. Em 1992 Patrick Chamoiseau recebeu o premio Goncourt por Texaco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário