And herein lies the tragedy of the age:not that men are poor,.. all men know something of poverty;not that men are wicked,.. who is good? Not that men are ignorant,..what is the thruth? Nay, but that men know so little of man. W.E.B du Bois (The souls of Black Folk)
domingo, dezembro 02, 2007
Pelo Sul do Marrocos
Enquanto planejávamos nossa viagem para o Marrocos, ficamos com vontade de fazer um tour pelo sul e pelo deserto do Saara. O Haiko como sempre concordou, ele já tinha estado no deserto do Rajastão (Thar) e tinha adorado. Eu que tive a idéia, também a achei ótima mas no fundo estava super apreensiva com sua concretização. Afinal, nós estávamos indo no final de agosto, final do verão marroquino, calor certeiro, e o deserto é um lugar de onde ,normalmente, as pessoas querem fugir. Passar horas em cima de um camelo não podia ser muito confortável, e se nos arrependêssemos, uma vez no meio do deserto, não ia ter muito o que fazer.
Nos 3 primeiros dias em Marrakech enquanto passeávamos para cima e para baixo com a Mounia, perguntavamos a todos que encontrávamos sobre o tour. " O deserto está muito quente, de 48 a 50 graus. Vale muito a pena ... é muito cansativo... é bobagem, é imperdível!.." Era impossível decidir. Quando Brahim, marido da Mounia, finalmente, nos ligou do deserto dizendo que tinha chovido decidimos.
Com tudo organizado por nossos anfitriões partimos numa segunda feira de manha para o sul. No 4x4 Adriana, Haiko, eu e o nosso motorista Abdul. Abdul, foi nos contando tudo que ele sabia sobre os lugares por onde passávamos. A paisagem, a cor da terra, do ar, das casas, as pessoas, tudo ia mudando pelo caminho. As únicas coisas que permaneciam as mesmas eram nossas opções de almoço: tagine e couscous.
Viajamos o dia inteiro, passando por inúmeros vilarejos, passamos pelo mais difieis tipos de vidas. Vidas duras, vidas secas, vidas severinas. A grande dicotomia é que essas paisagens eram de beleza, para o turista, estonteante. Como uma exposição de Salgado, eu acho, que quase nunca sente-se bem, por sentir se tão tocado. O ápice do surrealismo aconteceu quando chegamos a Zagora na nossa Riad. Um lugar magnífico, que me fez pensar mais no Mali do que no Marrocos. De paredes de barro, e detalhe em todos os cantos. Estarrecidos fomos andando pelo jardim, ate chegarmos a uma piscina. Uma piscina ali no meio de tanta secura. Nadamos num misto de alivio e culpa na boca do deserto do Saara.
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