Enrique Marcarian - 15.fev.2006/Reuters | Chimpanzé come amendoins em zoológico da Argentina |
Eu adoro primatas! Dentre eles, gosto principalmentes dos ´Apes´ ( Gorilas, Chimpanzés, Gibons, Bonobos e Orangutangos). Por isso quando vi hoje uma notícia na folha sobre os chimpanzés não tive dúvida em abri-la. Quando me deparei com o artigo sobre chimpanzés e altruísmo fiquei duplamente emocionada. E como essas conexões no cérebro acontecem meio inesperadamente, eu vou tentar explicar o porque da minha dupla emoção.
Eu conheci o Haiko, meu marido, na Holanda há alguns anos. Eu tinha ido para estudar no país dele e ele estava de viagem marcada para fazer um estágio no Max Planck Institute em Leipzig, na Alemanha. Por isso assim que começamos a namorar passei a pegar o trem quase todo mes para ir a Leipzig.
Apesar do Haiko ter ido para Alemanha para trabalhar no departamento de neurociencia e psicologia, era a parte de primatologia do instituto que nos fascinava. Por isso, numa das minhas estadias na cidade alemã, Haiko conseguiu organizar uma visita ao zoológico de Leipzig com um dos pesquisadores do Max Planck. O passeio foi ótimo, Keith ( o pesquisador) nos contou sobre os estudos, contou casos engraçados, dramáticos , e falou extensivamente sobre um estudo que o laboratório estava fazendo sobre altruísmo.
Hoje quando abri o jornal, logo vi que o estudo a que a Folha se referia era aquele, daquele instituto, que eu e o Haiko tínhamos visitado. Vi que o artigo falava sobre os chimpanzés que conhecemos até por nome! Me lembrei na hora do Keith, pesquisador Canadense, nos levando pelo zoológico e discursando muito empolgado sobre o estudo. E é claro, fiquei superemocionada. Enquanto eu ia lendo, ia pensando nossa engraçado parecido com o de Leipzig, nossa muito parecido, nossa é o de Leipzig...
O estudo era basicamente... bom em vez de tentar resumir vou copiar aqui uma parte do artigo :
Nos últimos anos, primatologistas têm observado aqui e ali evidências de altruísmo genuíno também entre os chimpanzés. Para tirar a teima, o grupo do Max Planck, liderado por Felix Warneken, bolou três experimentos bem criativos.
No primeiro, 36 chimpanzés e 36 bebês viam um humano desconhecido ter um objeto roubado por outro humano e colocado atrás de uma grade, ao alcance do altruísta em potencial. Mesmo sem ganhar nenhuma recompensa, bebês e macacos pareciam se apiedar do estranho ao vê-lo tentando pegar o bibelô e, na maioria das vezes, alcançavam-no para ele.
No segundo experimento, barreiras eram colocadas para dificultar o acesso ao objeto, criando, assim, um "custo" para o ato generoso. Mesmo assim, a boa ação era praticada.
Mas o terceiro experimento, feito só com chimpanzés, foi a prova dos noves: um macaco precisava abrir uma porta para que outro, sem nenhum parentesco, pudesse entrar numa jaula em busca de comida.
Mesmo sabendo que não iam ganhar nada, 80% dos animais ajudavam. "O resultado do experimento três surpreendeu até a mim, o maior crente em empatia e altruísmo entre os primatas", escreveu Frans De Waal, da Universidade Emory (EUA), famoso por seus estudos com chimpanzés.
Conclusão de Warneken e colegas: "As raízes do altruísmo humano podem ser mais profundas do que se imaginava, chegando até o ancestral comum entre humanos e chimpanzés".
Bom, agora o porque da segunda emoção?? Porque eu como ateia fico feliz , muito feliz quando vejo altruísmo acontecendo fora do âmbito humano. Estudos como esse dão mais suporte aos que como eu acreditam que altruísmo, generosidade, senso de justiça precedem religiosidade e como esse estudo parece indicar... até mesmo humanidade.
2 comentários:
Adorei esse post! Parabéns!
Sim, provavelmente por isso e
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