Reli esses dias o livro Xala do escritor Senegalês Ousmane Sembene. Nascido em 1923 em Casamance, sul do Senegal, Ousmane Sembene, é considerado um dos mais engenhosos escritores Africanos e o "pai do cinema africano".
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Xala é uma feroz e hilária sátira a moderna Burguesia Africana. Abandonando a comum e politicamente aceitável critica a exploração européia Sembene toca num assunto mais polêmico: a reação negra as medidas coloniais depois da "concedida" independência.
O herói do livro é um ocidentalizado e bem sucedido homem de negócios senegalês que de repente "pega Xala,"uma antiga maldição Senegalesa que causa impotência. A sua inútil procura por uma cura se torna uma metáfora da impossibilidade dos africanos de conseguirem libertação através da dependência da tecnologia ocidental e estruturas burocráticas.
O livro tem descrições fantásticas e deixa clara a inconsistência de um sistema que se constrói das sobras de um governo colonial. A sociedade Senegalesa de Sembene se estrutura sobre uma ilusão de independência. Nesta sociedade não se consegue sustentar a diferença de culturas. El Hadji, o herói (ou anti-herói) , lida com essa dualidade através da constante escolha do que lhe serve.
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